O que tenho aprendido sobre Kanban?

Fonte: Wikimedia

No último mês tive a oportunidade de iniciar meu trabalho como Agile Master na empresa onde trabalho atualmente. Nesta nova função tenho visto (e aprendido) muito sobre Kanban, uma das minhas metas de aprendizagem neste ano. E neste post vou compartilhar um pouco do que tenho aprendido sobre este método conhecido como uma alternativa para a agilidade.

1. Kanban não é framework

Não fique triste. Eu sei que a gente, de projetos, adora um framework, um “ by the book” para seguir. Mas o Kanban não é um desses “ by the book”. Segundo a Kanban University, o Kanban é “(…) um método de organização e gestão de serviços profissionais, que usa conceitos Lean, como limitar o trabalho em andamento para melhorar seu desempenho (…)”. Como método, pode e deve ser adaptado para a realidade de cada empresa. Inclusive aquela visão do quadro como o “ to do/ doing/done “ não reflete, muitas vezes, o fluxo real de uma equipe ou empresa.

2. Sistema kanban x Método Kanban

Quando eu iniciei a faculdade, em 2010, o método Kanban estava sendo criado por David Anderson. Na época, eu estudei apenas o sistema Kanban, parte do Sistema Toyota de Produção. E é comum que as pessoas confundam os dois, especialmente porque o nome acaba sendo o mesmo. A palavra japonesa “kanban” significa cartão ou sinalização. O sistema kanban, portanto, trata-se do quadro físico, usado em sistemas de produção puxada para garantir que o sistema seja tão enxuto quanto possível, visando desperdício zero. O método Kanban, criado por David Anderson, utiliza o quadro kanban, do Sistema Toyota de Produção, mas possui uma série de outros conceitos que vão além de ter o quadro físico e ter produção enxuta; este método pode ser aplicado em diferentes contexto e segmentos de empresas. Startups e empresas digitais, em especial, têm utilizado este método como uma alternativa à implementação de práticas ágeis, já que, por ser um método, pode ser adaptado à realidade de cada empresa, não sendo necessário seguir um framework pré-definido (como acontece no Scrum, por exemplo).

3. Modelo de maturidade em Kanban (KMM)

Para as organizações que queiram acompanhar a evolução dos times na aplicação do método Kanban, existe o modelo de maturidade em Kanban (do inglês Kanban Maturity Model ou KMM). Este modelo é recente, lançado em 2019 por David J. Anderson (pai do método) e Teodora Bozheva ( Accredited Kanban Trainer pela Lean Kanban), após estudarem a implementação de Kanban, desde startups até grandes corporações, em 5 continentes e aproximadamente 30 segmentos de negócio diferentes, nos últimos 10 anos. O KMM é dividido em 6 níveis (Abstrato, Emergente, Definido, Gerenciado, Gerenciado quantitativamente, Em otimização e Congruente) e permite que a organização e construa um conceito de propósito claro para os colaboradores e para os times.

4. Entender o porquê, o fluxo e testar faz parte do Kanban

O Kanban possui um processo para adoção do método de forma estruturada ou sistêmica, como o próprio nome sugere (do inglês Systems Thinking Approach to Introducing Kanban). O STATIK é composto por 8 passos, sendo que não é obrigatório aplicar todos os passos, mas apenas os que façam sentido de acordo com o time e/ou a organização. Os passos são: Propósito, Levantamento de insatisfações, Análise de demanda e do trabalho em progresso, Análise de capacidade, Entendimento do fluxo de trabalho da equipe, Definição de classes de serviços, Modelagem do sistema e Colocar o sistema para rodar.

5. Posso me certificar em Kanban?

Outra coisa que a gente de projetos adora é uma certificação. Ah, como é bom, ter um “ badge” para mostrar que temos conhecimento reconhecido sobre um tema/ abordagem/ framework. A Kanban University, no entanto, possui uma abordagem um pouco diferente das demais organizações neste aspecto. Existem os certificados de treinamentos, como o KMP I e KMP II, as mais conhecidas e as acreditações em Kanban Trainer (AKT) e Kanban Consultant (AKC).

Aproveito este post pra compartilhar conteúdo relevante (e gratuito) sobre Kanban:

Se você prefere conteúdo em português:

• Livro Kanban Essencial Condensado
• Podcast sobre Kanban, com André Suman
• Texto sobre o modelo de maturidade em Kanban
• Texto sobre os passos do STATIK
• Matéria sobre o lançamento do KMM (Kanban Maturity Model)
• Texto sobre a comparação entre Scrum e Kanban
• Texto sobre o estudo de caso da Matera, que migrou do Scrum para o Kanban
• Webinar sobre as cadências do Kanban (parte 1 e parte 2)

E se você quer mais conteúdo, também em inglês:

• Texto sobre as 10 coisas que você deveria saber sobre Kanban
• Brochura sobre os níveis de maturidade em Kanban
• Tabela oficial da Kanban University com os certificados e acreditações em Kanban
• Palestra de Klaus Leopold sobre Lean Kanban

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**Atualizado em 09/05/2020**

Originally published at https://iniciagp.blogspot.com.