O que aprendi sobre Management 3.0?
Para quem me acompanha nas redes sociais deve ter visto que recentemente fiz um treinamento sobre Management 3.0. Mas, afinal, que bicho é esse?
De forma bem resumida, Management 3.0 ou, em tradução livre, Gestão 3.0, é um modelo mental que foca na gestão descentralizada, ou seja, neste modelo a gestão já não é vista como papel ou responsabilidade apenas do gestor ou gerente, mas de todos os membros do time e essa gestão, já não é sobre pessoas, mas sobre o trabalho — inclusive, mencionando um dos princípios, “Gerencie o trabalho, não as pessoas”.
Esse modelo é composto por 6 visões e 2 pilares, respectivamente, os olhos e as pernas do mascote Martie, representados na imagem abaixo:
Além dos princípios, visões e pilares, o Management 3.0 também é composto por diversas práticas, que são formas de aplicar a teoria, especialmente as visões. Para facilitar o entendimento, criei essa tabela, que contém as práticas mais conhecidas, e as relacionei com as visões (lembrando que não é uma verdade absoluta, mas uma percepção minha sobre a relação entre práticas e visões do M3.0):
Na minha experiência prática, já vi algumas dessas práticas funcionarem e outras falharem. Mas esse é o lance sobre boas práticas: elas não são verdades absolutas, são práticas criadas, testadas e que, em muitos casos, funcionam. Notem que eu disse em muitos casos, pois nada é 100%, justamente porque contexto, pessoas, clima e cultura contam e podem, sim, impactar no resultado da aplicação dessas práticas. Tenho alguns exemplos claros disso em minha experiência profissional:
- Deu certo: A aplicação de kudo cards (que são, basicamente, cartões de elogios), tanto na empresa onde trabalhava quanto através da funcionalidade do LinkedIn para ex-colegas de trabalho, teve bons resultados: as pessoas sentiram-se reconhecidas, agradecidas e elogiadas (afinal, quem não gosta de ter seu bom trabalho reconhecido?).
- Deu errado: A aplicação de OKRs, por outro lado, já é uma prática que considero “simples de entender e difícil de aplicar”, isso porque, se não for corretamente aplicada, gera um efeito contrário nos times: ao invés de empoderá-los, gera um sentimento de “não reconheço essa meta e não a considero atingível”, mantendo o problema de metas top-down.
Importante salientar, no entanto, que a prática por si só, não faz milagres. Como comentei antes, nesta postagem, é preciso que o contexto, a cultura e, especialmente, as pessoas estejam dispostas a testar um novo formato de trabalho e que o erro seja permitido, não de forma deliberada, mas como meio para o aprendizado e para a melhoria contínua.
Se você quiser saber mais sobre a teoria referente ao Management 3.0 recomendo acessar o site oficial aqui (tem bastante conteúdo gratuito — inclusive templates para algumas práticas — e alguns cursos pagos, além dos treinamentos oficiais ao vivo).
E você, que experiências com o Management 3.0 têm para contar?
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